Autor: Asne Seierstad

Editora: Editorial Presença

Sinopse:

Asne Seierstad tinha feito a cobertura da ofensiva da Aliança do Norte contra os “taliban”, como correspondente de guerra, dirigindo-se depois para Cabul, após a queda do regime. Aí conheceu um homem elegante, charmoso, de cabelo grisalho. Sultan Khan era o mais importante livreiro do seu país, profissão que tinha raízes na mais antiga das suas paixões e que exercia há quase trinta anos apesar dos riscos que comportava. Tinha sido detido, interrogado, preso. Apesar disso, Sultan persistira, recorrendo aos mais variados subterfúgios para continuar a trazer para um país reduzido a pouco mais que ruínas e pó a luz de uma cultura universalista. Dessa relação entre a mulher ocidental e aquele muçulmano convicto, nasceu a oportunidade, para Asne, de poder ir além dos seus relatos jornalísticos e concretizar o projecto de escrever um livro que revelasse a verdadeira realidade do quotidiano de um povo. Ao partilhar a intimidade de uma família afegã, com a vantagem de poder deslocar-se entre o mundo das mulheres, enclausuradas em casa, e o mundo dos homens, que muitas vezes acompanhou nas suas deslocações, Asne conseguiu reunir dois pontos de vista complementares. Para saber o que é “ser” uma mulher naquele mundo, envergou a “burqa” e permaneceu no espaço doméstico com elas. Pouco a pouco foi-lhes ganhando a confiança, partilhando com elas pequenos prazeres, segredos, amores proibidos e grandes desilusões. O lado fundamentalista de Sultan, verdadeiro tirano dentro de casa, deu-lhe a medida da força de tradições tão enraizadas que continuam a vigorar mesmo quando já não são impostas pelos governantes. Asne Seierstad, multipremiada repórter, escreveu este livro como um romance, retirando-se para deixar falar livremente os seus anfitriões, mas presente na qualidade narrativa, feita de uma linguagem límpida e despojada que deslumbra e emociona. O Livreiro de Cabul é um dos maiores “bestsellers” noruegueses de todos os tempos: acima de meio milhão de cópias vendidas, e até agora traduzido em mais de 20 países.